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Postagem 3 – Quarto Turno

Boa tarde minha gente

O assunto de hoje no Blog do del Rio é o chamado quarto turno

Quem criou esse termo não fui eu não. Foi o Paulo Nogueira Batista Junior, conceituado economista, escritor e colunista da revista Carta Capital. Peguei a ideia dele

O que vem a ser quarto turno? Primeiro e segundo todos conhecem. Terceiro também, que é quando se tenta questionar o voto popular. Ele acontece só quando o perdedor está do lado das elites, como com o Aécio Neves e o Bolsonaro.

Já o quarto turno ocorre quando o ganhador não está do lado das elites, ou melhor, mais do que isso, quando o ganhador não está obedecendo aos ditames do poder econômico. Este turno é mais demorado, mais difícil e já está sendo enfrentado por Lula. Não pensei que fosse começar antes mesmo de ele assumir o posto…

Por poder econômico entenda-se a Comunidade Financeira Internacional. A C.F.I. é somente um conceito, não é uma entidade. Ela congrega apenas virtualmente seus integrantes, através da identidade de interesses. Cada um atua individualmente, aplicando seu poder em benefício próprio, mas seguindo uma estratégia lógica e consensual que acaba por beneficiar os demais participantes do jogo. Dessa forma a ação de cada um aumenta, de forma sinérgica, o poder global de todos.

Como o poder e a estabilidade de um Estado, assim como a união e a vitalidade que uma sociedade consegue desenvolver são obstáculos para a imposição de suas regras, os “membros” da C.F.I. lutam para acabar com a autoridade dos Estados nacionais e com as suas respectivas capacidades de gestão das sociedades. Essa pressão se manifesta quase sempre através da imposição de regulações econômicas, As megaempresas midiáticas e as megaempresas do Vale do Silício, as primeiras através da filtragem e da distorção censuradora das notícias e as segundas pela aplicação daqueles algoritmos alienantes que todos nós já percebemos no universo da Internet, ambas usando as técnicas da engenharia do consentimento, são as principais responsáveis pela disseminação dessa submissão no globo todo.

Foi muito característico quando o comentarista da Rede Globo, o conhecido Camaroti, ficou nada menos que furioso quando comentou a declaração de Lula sobre o teto de gastos, semana passada. Quando Lula disse que o teto impede os projetos sociais, mas preserva o pagamento de juros ao sistema financeiro e que a responsabilidade social é mais urgente que a responsabilidade fiscal, o comentarista se dirigiu ao presidente eleito como um irresponsável. Esse tipo de veemência agressiva jamais foi usada durante o mandato do presidente que está deixando o governo, cuja política econômica seguida por ele e defendida por Camaroti, ou melhor, pela C.F.I., levou o povo a catar comida nas caçambas dos caminhões de lixo.

Se não pode mudar nada, para que eleição? A coisa é mais ou menos assim: qualquer um pode ser eleito, desde que governe como nós mandarmos. Se o presidente sujar fora do pinico, a gente manda o congresso votar o impeachment e as forças armadas manterem o pessoal quietinho.

E o STF? O guardião? Vai participar do jogo?

Vai. Agora vai.

Imagem

Vejam essa imagem. Revista ISTO É, de 09 de novembro de 2022.

“Sessão fora da corte. Ministros do STF debaterão em Nova Iorque os desafios da democracia brasileira. Após a acirrada eleição, ministros do STF, STE e TCU, além de autoridades monetárias, gestores públicos e privados encontram-se em evento em Nova Iorque para debater os avanços da democracia”.

Muda a imagem

Vejam só quem estará presente, participando do assédio aos poderosos senhores do cenário político brasileiro na atualidade.

Citar, lendo a imagem. Que será que eles foram fazer lá? Debater a democracia? Como assim? Democracia não é para ser debatida. É para ser cumprida. Quem delegou a esses senhores o poder para debater a democracia brasileira?

Muitos compromissos, promessas, amizades e vínculos serão feitos no evento, com certeza. A mídia não vê irregularidade no pagamento de todas as despesas dos juízes com a viagem, boca livre, pelos promotores. A Justiça muito menos, já que ela é a própria protagonista do episódio. A C.F.I. já percebeu que o Poder Judiciário é que deve ser cooptado porque foi quem mandou no governo Bolsonaro, pelo menos no final e que vai continuar mandando no próximo governo, porque sim.

Aí fica difícil…

Para entender essa pressão sobre o governo, é fundamental entender a diferença entre projeto de Estado e projeto de Governo. O Projeto de Estado está previsto na Constituição. São os objetivos Nacionais Permanentes, os ONA, conceito ensinado na Escola Superior de Guerra, a ESG.

Vamos fazer uma leitura rápida do Preâmbulo e do Título I, que definem o nosso projeto de estado. Não são só quatro linhas. São muitas e muito bem feitas.

Projetar e ler, comentando, as três folhas.

Já o Projeto de Governo é o caminho que cada partido visualiza como o ideal para atingir estes objetivos do Projeto de Estado. Quando se fala em pluralidade de partidos, é isso. Quando o projeto ou programa do partido que foi eleito não dá certo, o povo elege outro, que vai fazer valer a sua visão.

Toda a regulação de um programa de governo eleito é inconstitucional. O programa de um governo que não se manteve pelo voto popular, não pode ser obrigatório para o governo seguinte. Isso não é democracia. É farsa.

Nenhum país do mundo adota teto de gastos, por exemplo. Algo semelhante ocorreu na Holanda, Finlândia e Suécia, mas nenhum deles incluiu a norma na sua Constituição nem estabeleceu prazos maiores que cinco anos, ou seja, é um programa de governo, não uma política de Estado, como se tenta caracterizar aqui.

Só para constar, a dívida pública dos Estados  Unidos é de 126% do PIB e a do Japão de 229,7 % do PIB e ninguém por lá aventou a hipótese de uma ideia tão absurda. Vamos dar uma olhada neste quadrinho:

Inserir quadro dos PIB globais mais relevantes e comentar

A nossa dívida interna era de 54,94% do PIB ao final do governo Lula em 2010, de 67,51% do PIB em 2016, na implementação do teto de gastos e atualmente está em 77% do PIB. Óbvio que o teto só teve efeito contrário ao do seu objetivo de mentirinha, do seu pretexto, que era de diminuir a dívida pública.

Inserir gráfico PIB Brasil e comentar

O objetivo real do teto de gastos é estabelecer um salário de miséria para o país e canalizar a maior parte do dinheiro arrecadado para os credores, ou seja, a C.F.I. Por isso o Camarotti fez o teatro dele.

Basicamente o teto de gastos limita o país ao atendimento das despesas de custeio. Como não pode fazer investimento, jamais a sua arrecadação poderá aumentar e a sua dívida irá sempre crescer, como está acontecendo. Riqueza não cresce sozinha, mercado não reage sem incentivo.

Qualquer administrador recebe uma verba de custeio e uma verba de investimento. O dinheiro de uma não pode ser gasto na outra rubrica. Ninguém gerencia nada se não receber dinheiro para as duas. Isso é básico na administração.

Qualquer ignorante em “economia” percebe isso.

Bom pessoal, era isso que eu queria debater então.

Aguardo os comentários de vocês no site. Vamos, enquanto isso, torcer para que o novo governo consiga aos poucos vencer este quarto turno. A equipe parece que é boa de negociação. Um abraço! Até a próxima!

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